essa minha língua lusa
abusa do som do trovão
passa o sonho na lousa
e, trocando de estação
estabelece que a coisa
não tem causa ou efeito
nem tem jeito ou censura
tem cura se para no peito
tem uma cara que não atura
o tanto que passa no tempo
portanto ela sobe no muro
põe-se em olhos amarelos
só pra ser gato no escuro
sábado, 11 de outubro de 2014
sexta-feira, 10 de outubro de 2014
evidência nossa de cada dia
essa minha língua
na ponta do lápis
lambe-me as linhas
pra que as apague
adjevirto quem tente
me ler de repente
pois já está dito
o princípio era o verbo
se ser ou estar
caberá somente
aos intérpretes dos gritos
que eu acabei de apagar
na ponta do lápis
lambe-me as linhas
pra que as apague
adjevirto quem tente
me ler de repente
pois já está dito
o princípio era o verbo
se ser ou estar
caberá somente
aos intérpretes dos gritos
que eu acabei de apagar
quinta-feira, 9 de outubro de 2014
oceana
um poema tem tantos
nomes tantos poemas
e tantos nomes não
rimam, nomes primos
que se importunam
somente por si mesmos
como o nome sem nome
sem verso, sem poema
que oceana, mar.
nomes tantos poemas
e tantos nomes não
rimam, nomes primos
que se importunam
somente por si mesmos
como o nome sem nome
sem verso, sem poema
que oceana, mar.
quarta-feira, 8 de outubro de 2014
força motriz
quando disse "faça-se a luz"
com certeza quis dizer café
primeira obra a ser feita
mesmo num domingo de manhã
descansar é para poucos
coisa de deuses da chuva
dos barulhos de tupã
a primeira obra divina
foi posta num copo de vidro
taí um gole que a gente
[não deixa pra santo nenhum
aí, sim, a gente cai na rotina
a gente gera e se ilumina
e a gente se mexe
ah, cafeína,
força motriz.exe
com certeza quis dizer café
primeira obra a ser feita
mesmo num domingo de manhã
descansar é para poucos
coisa de deuses da chuva
dos barulhos de tupã
a primeira obra divina
foi posta num copo de vidro
taí um gole que a gente
[não deixa pra santo nenhum
aí, sim, a gente cai na rotina
a gente gera e se ilumina
e a gente se mexe
ah, cafeína,
força motriz.exe
terça-feira, 7 de outubro de 2014
ó, pedaço de mim
ó, pedaço de mim
o sol não veio com o dia
disse que viria
assim como veio um pedaço
de vida pelo correio
que eu nunca paguei em dia
deixei o plano da existência
tá vendo, pedaço de mim,
que sonhos não têm carência
bem, o que se quis
se fosse à vista
eu inda era feliz
a gente se vê por aí
no nosso caso
é seguro dizer
terra a prazo
o sol não veio com o dia
disse que viria
assim como veio um pedaço
de vida pelo correio
que eu nunca paguei em dia
deixei o plano da existência
tá vendo, pedaço de mim,
que sonhos não têm carência
bem, o que se quis
se fosse à vista
eu inda era feliz
a gente se vê por aí
no nosso caso
é seguro dizer
terra a prazo
quinta-feira, 2 de outubro de 2014
está à venda um apanhado de poemas que escrevi, postos em e-book. são cinquenta e seis poemas num ebook simples, de cinquenta e oito páginas. quem lê o que escrevo pode imaginar o que há neste e-book mas, para quem ainda não conhece, são poemas que variam entre sonetos, poesia minimalista e algum quê pós-moderno. influências de paulo leminski, poesia do nordeste brasileiro e brasileira em geral, cultura pop etc. o valor está em R$ 8,00.
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