...as flores que escorregam dos meus olhos dão para o parque industrial. o petróleo que doura os olhos sem flores me afoga numa noite sem estrelas, enquanto sorvo delicadamente cada gole de frio.
paro um caminhão e encontro uma dor antiga ao volante. pelo visto, o passageiro, agora, sou eu.
depois de algumas curvas e desvios salgados, peço-lhe que pare no bar mais próximo, para que eu afogue lentamente os meus sonhos mais recentes numa dose de uísque.
nega-me e arrasta-me para o inferno,
onde tudo é feito de engarrafamento e buzinas.
Vou para onde estão os outros passageiros, alongando, como eu, as correntes da castidade...
toco-me só e em silêncio:
gemidos não são bem aceitos pelos meus medos.
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